sábado, 31 de maio de 2014

Evangelho do dia 01/06/2014 Domingo ASCENSÃO DO SENHOR

Primeira Leitura: At 1,1-11 Jesus foi levado aos céus, à vista deles.

No meu primeiro livro, ó Teófilo, já tratei de tudo o que Jesus fez e ensinou, desde o começo, até o dia em que foi levado para o céu, depois de ter dado instruções, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que tinha escolhido. Foi a eles que Jesus se mostrou vivo, depois de sua paixão, com numerosas provas. Durante quarenta dias, apareceu-lhes falando do Reino de Deus.

Durante uma refeição, deu-lhes esta ordem: “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, da qual vós me ouvistes falar: ‘João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo, dentro de poucos dias’”. Então os que estavam reunidos perguntaram a Jesus: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em Israel?”

Jesus respondeu: “Não vos cabe saber os tempos e os momentos que o Pai determinou com a sua própria autoridade. Mas recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria, e até os confins da terra”.

Depois de dizer isso, Jesus foi levado ao céu, à vista deles. Uma nuvem o encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo. Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apareceram então dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: “Homens da Galiléia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu? Esse Jesus, que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu”. - Palavra do Senhor. 

Comentando a Liturgia (capuchinhosprsc.org.br): O nosso texto começa com um prólogo (vers. 1-2) que relaciona os “Atos” com o 3º Evangelho – quer na referência ao mesmo Teófilo a quem o evangelho era dedicado, quer na alusão a Jesus, aos seus ensinamentos e à sua ação no mundo (tema central do 3º Evangelho). Neste prólogo são, também, apresentados os protagonistas do livro – o Espírito Santo e os apóstolos, ambos vinculados com Jesus.

Depois da apresentação inicial, vem o tema da despedida de Jesus (vers. 3-8). O autor começa por fazer referência aos “quarenta dias” que mediaram entre a ressurreição e a ascensão, durante os quais Jesus falou aos discípulos “a respeito do Reino de Deus” (o que parece estar em contradição com o Evangelho, onde a ressurreição e a ascensão são apresentadas no próprio dia da Páscoa – cfr. Lc 24). O número quarenta é, certamente, um número simbólico: é o número que define o tempo necessário para que um discípulo possa aprender e repetir as lições do mestre. Aqui define, portanto, o tempo simbólico de iniciação ao ensinamento do Ressuscitado.

As palavras de despedida de Jesus (vers. 4-8) sublinham dois aspectos: a vinda do Espírito e o testemunho que os discípulos vão ser chamados a dar “até aos confins do mundo”. Temos aqui resumida a experiência missionária da comunidade de Lucas: o Espírito irá derramar-se sobre a comunidade crente e dará a força para testemunhar Jesus em todo o mundo, desde Jerusalém a Roma. Na realidade, trata-se do programa que Lucas vai apresentar ao longo do livro, posto na boca de Jesus ressuscitado. O autor quer mostrar com a sua obra que o testemunho e a pregação da Igreja estão entroncados no próprio Jesus e são impulsionados pelo Espírito.

O último tema é o da ascensão (vers. 9-11). Evidentemente, esta passagem necessita de ser interpretada para que, através da roupagem dos símbolos, a mensagem apareça com toda a claridade.

Temos, em primeiro lugar, a elevação de Jesus ao céu (vers. 9a). Não estamos a falar de uma pessoa que, literalmente, descola da terra e começa a elevar-se; estamos a falar de um sentido teológico (não é o “repórter”, mas sim o “teólogo” a falar): a ascensão é uma forma de expressar simbolicamente que a exaltação de Jesus é total e atinge dimensões supra-terrenas; é a forma literária de descrever o culminar de uma vida vivida para Deus, que agora reentra na glória da comunhão com o Pai.

Temos, depois, a nuvem (vers. 9b) que subtrai Jesus aos olhos dos discípulos. Pairando a meio caminho entre o céu e a terra, a nuvem é, no Antigo Testamento, um símbolo privilegiado para exprimir a presença do divino (cfr. Ex 13,21.22; 14,19.24; 24,15b-18; 40,34-38). Ao mesmo tempo, a nuvem, simultaneamente, esconde e manifesta: sugere o mistério do Deus escondido e presente, cujo rosto o Povo não pode ver, mas cuja presença adivinha nos acidentes da caminhada. Céu e terra, presença e ausência, sombra e luz, divino e humano, são dimensões aqui sugeridas a propósito de Cristo ressuscitado, elevado à glória do Pai, mas que continua a caminhar com os discípulos.

Temos, ainda, os discípulos a olhar para o céu (vers. 10 a). Significa a expectativa dessa comunidade que espera ansiosamente a segunda vinda de Cristo, a fim de levar ao seu termo o projeto de libertação do homem e do mundo.

Temos, finalmente, os dois homens vestidos de branco (vers. 10b). O branco sugere o mundo de Deus – o que indica que o seu testemunho vem de Deus. Eles convidam os discípulos a continuar no mundo, animados pelo Espírito, a obra libertadora de Jesus; agora, é a comunidade dos discípulos que tem de continuar, na história, a obra de Jesus, embora com a esperança posta na segunda e definitiva vinda do Senhor.

O sentido fundamental da ascensão não é que fiquemos a admirar a elevação de Jesus; mas é convidar-nos a seguir o caminho de Jesus, olhando para o futuro e entregando-nos à realização do seu projeto de salvação no meio do mundo.

Salmo: 46,2-3.6-7.8-9(R.6) Por entre aclamações Deus se elevou, O Senhor subiu ao toque da trombeta.

Povos todos do universo, batei palmas, Gritai a Deus aclamações de alegria! Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra.

Por entre aclamações Deus se elevou o Senhor subiu ao toque da trombeta. Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa, salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei!

Porque Deus é o grande Rei de toda a terra, ao som da harpa acompanhai os seus louvores! Deus reina sobre todas as nações. Está sentado no seu trono glorioso.

Segunda Leitura: Ef 1,17-23 E o fez sentar-se à sua direita nos céus.

Irmãos: O Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai, a quem pertence a glória, vos dê um espírito de sabedoria que vo-lo revele e faça verdadeiramente conhecer. Que ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos, e que imenso poder ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com a sua ação e força onipotente.

Ele manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus, em acima de toda a autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa nomear, não somente neste mundo, mas ainda no mundo futuro. Sim, ele pôs tudo sob seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a Cabeça da Igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que possui a plenitude universal. - Palavra do Senhor.

Comentando a Liturgia (capuchinhosprsc.org.br):  À ação de graças, Paulo une uma fervorosa oração a Deus para que os destinatários da carta conheçam “a esperança a que foram chamados” (vers. 18). A prova de que o Pai tem poder para realizar essa “esperança” (isto é, conferir aos crentes a vida eterna como herança) é o que ele fez com Jesus Cristo: ressuscitou-o e sentou-o à sua direita (vers. 20), exaltou-o e deu-lhe soberania sobre todos os poderes angélicos (Paulo está preocupado com a perigosa tendência de alguns cristãos em dar uma importância exagerada aos anjos, colocando-os, até, acima de Cristo – cfr. Col 1,6). Essa soberania estende-se, inclusive, à Igreja – o “corpo” do qual Cristo é a “cabeça”.

O mais significativo deste texto é, precisamente, este último desenvolvimento. A idéia de que a comunidade cristã é um “corpo” – o “corpo de Cristo” – formado por muitos membros, já havia aparecido nas grandes cartas, acentuando-se sobretudo a relação dos vários membros do “corpo” entre si (cfr. 1 Cor 6,12-20;10,16-17;12,12-27; Rom 12,3-8); mas nas cartas do cativeiro, Paulo retoma a noção de “corpo de Cristo” para refletir, sobretudo, sobre a relação que existe entre a comunidade e Cristo. Neste texto, em concreto, há dois conceitos muito significativos para definir o quadro da relação entre Cristo e a Igreja: o de “cabeça” e o de “plenitude” (em grego, “pleroma”).

Dizer que Cristo é a “cabeça” da Igreja significa, antes de mais, que os dois formam uma comunidade indissolúvel e que há entre os dois uma comunhão total de vida e de destino; significa, também, que Cristo é o centro à volta do qual o “corpo” se articula, a partir do qual e em direção ao qual o “corpo” cresce, se orienta e constrói, a origem e o fim desse “corpo”; significa, ainda, que a Igreja/“corpo” está submetida à obediência a Cristo/“cabeça”: só de Cristo a Igreja depende e só a ele deve obediência.

Dizer que a Igreja é a “plenitude” (“pleroma”) de Cristo significa dizer que nela reside a “plenitude”, a “totalidade” de Cristo. Ela é o receptáculo, a habitação onde Cristo se torna presente no mundo; é através desse “corpo” onde reside, que Cristo continua todos os dias a realizar o seu projeto de salvação em favor dos homens. Presente nesse “corpo”, Cristo enche o mundo e atrai a si o universo inteiro, até que o próprio Cristo “seja tudo em todos” (vers. 23).
                                                                    
Evangelho: Mt 28,16-20 Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra

Naquele tempo, os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram.

Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”. - Palavra da Salvação.

Comentando o Evangelho (Antônio Carlos Santini / Com. Católica Nova Aliança): É o tipo de coisa que incomoda: alguém apelar para sua autoridade. Em geral, desperta nas pessoas uma reação de rebeldia. No caso deste Evangelho, é importante considerar dois pontos.

Primeiro, nós somos mesmo rebeldes. Rebeldes por natureza, desde a queda original. Está no DNA dos descendentes de Adão, aquele tipo que sonhava “ser como Deus” (cf. Gn 3,5) e ousou quebrar a única proibição que o Criador lhe deixara. Por isso mesmo, a noção de autoridade nos dá alergia e pipocas na pele. Dificilmente entenderemos aquela jovem de Nazaré que preferiu ser a “escrava do Senhor”...

Segundo, “autoridade” deriva de Autor. E todos sabem que não somos “autores” de nós mesmos: somos apenas criaturas. Nosso Autor e Criador é Deus. Foi Ele quem nos chamou do nada para a existência. Por isso mesmo, Ele tem direitos sobre nós.

Assim, quando Jesus – ressuscitado e vencedor da morte! – afirma que sua própria autoridade é um “dom” do Pai, também ele se coloca na posição filial: a posição de quem tudo recebe do Pai, sem condições. E só depois de manifestar que recebeu do Pai este “poder universal” é que Jesus também pode nos dar uma ordem igualmente universal: “Ensinai a TODAS as nações... Ensinai-as a observar TUDO o que vos prescrevi...” (Mt 28, 19-20.)

Como observa Urs von Balthasar, “a missão tem por objetivo ensinar a TODOS os homens a seguirem TUDO o que Jesus disse e fez”. Logo, qualquer tipo de escolha ou preferência na doutrina e na vida fica prontamente proibida. Não temos de escolher nada, temos de obedecer. O Evangelho não é um “self service” onde podemos sorrir para certos pratos e fazer caretas para outros.

No Domingo da Ascensão, a “subida” de Jesus que volta ao Pai confirma sua “autoridade” sobre os céus e a terra. Nós – ainda atolados no barro deste mundo, devemos ter o bom senso de reconhecer nossa estatura de criaturas, sem a pretensão de corrigir o Criador.


A mesma pretensão descabida se manifesta quando pretendemos corrigir a Igreja de Jesus Cristo, que recebeu dele a autoridade de Mãe e Mestra. Pretensos “iluminados” entendem que seus carismas estão acima da hierarquia. Mais uma vez, o orgulho leva ao desastre...

LEIA NA ÍNTEGRA:

Liturgia Diária Comentada 01/06/2014 Domingo ASCENSÃO DO SENHOR
                                                                
Ascensão do Senhor – Solenidade

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Ricardo Feitosa e Marta Lúcia  
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