Acaso Cristo está dividido? - Dom Canísio Klaus
A semana que liga a ascensão de Jesus ao céu e o domingo de
pentecostes, além de ser semana de novena do Espírito Santo, é também a semana
onde somos convidados a rezarmos pela unidade dos cristãos. O princípio
norteador é a consciência de que as divisões fragilizam o anúncio do Evangelho.
Quando os cristãos se debatem por questões menores, o anúncio de Jesus Cristo
vai perdendo força. É o que já foi mostrado por antigos impérios, que dominavam
os vizinhos à base de intrigas e desavenças semeadas entre o povo. O próprio
Jesus Cristo afirmou a importância de acolher os diferentes, dizendo que “todo
o reino dividido acaba por perecer” (Mt 12,25).
Em 2014, o tema que motiva a Semana de Oração pela Unidade
dos Cristãos vem do texto de 1 Cor 1,1-17, onde Paulo pede aos cristãos que se
mantenham “de acordo uns com os outros, para que não haja divisões”. Diante das
discussões surgidas entre os cristãos, onde uns afirmavam serem discípulos de
Apolo, outros de Pedro e outros de Cristo, Paulo questiona: “Será que Cristo
está dividido? Será que Paulo foi crucificado em favor de vocês? Ou será que
vocês foram batizados em nome de Paulo?”
A divisão é um dos maiores contra testemunhos das Igrejas. É
por isso que o ecumenismo e o diálogo entre as religiões ganha sempre mais
importância no mundo atual. O exemplo nos vem dos últimos papas da Igreja
Católica, que não mediram esforços para unir as lideranças das variadas igrejas
em preces conjuntas.
Não queremos a uniformidade e nem a unicidade. O que
queremos, sim, é a unidade na diversidade. Que as riquezas específicas de cada
uma das igrejas cristãs contribuam para tornar o anúncio de Jesus Cristo mais
atraente para os homens e as mulheres do mundo atual e que as variadas formas
de celebrar a mesma fé cristã ajudem as pessoas a se aproximarem de Jesus
Cristo.
Para podermos crescer na unidade, apesar das nossas
diferenças, é importante conhecermos o que é específico da nossa Igreja. Muitas
vezes ouvimos pessoas dizerem que “é tudo a mesma coisa”, ou, que “tanto faz
ser de uma ou de outra Igreja”. Não é assim que nós entendemos o ecumenismo.
Para a Igreja Católica, o ecumenismo se constrói a partir da clareza que temos
sobre as diferenças que existem entre nós. É a partir do respeito às diferenças
que dialogamos, rezamos e buscamos ações conjuntas. Aliás, é da essência do
diálogo o confronto com as diferenças. Onde há pleno acordo sobre todos os
assuntos, o diálogo se torna inútil.
Convido, pois, o povo das comunidades católicas a
intensificar a oração pela unidade dos cristãos na semana que antecede ao
domingo de Pentecostes. Onde houver possibilidade, vamos nos unir aos cristãos
de outras Igrejas para juntos rezarmos e aprofundarmos a Palavra de Deus.
Unindo as vozes e os corações das várias Igrejas numa única e grande prece,
estaremos negando a divisão de Cristo e afirmando a unidade das Igrejas
Cristãs.
Que o Espírito Santo nos motive ao entendimento e reforce
nossos laços de unidade.
Dom
Canísio Klaus
Bispo
de Santa Cruz (RS)
Fonte: CNBB
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