A Festa do Batismo do Senhor, celebrada no domingo depois da
Epifania, encerra o ciclo natalino e completa as Festas das Manifestações do
Senhor. Comemoramos o Batismo de Jesus por São João Batista nas águas do rio
Jordão. Sem ter mancha alguma que purificar, Jesus quis submeter-se a esse rito
tal como se submetera às demais observâncias legais, que também não O
obrigavam.
O Senhor desejou ser batizado, diz Santo Agostinho, “para
proclamar com a sua humildade o que para nós era uma necessidade”. Com o
batismo de Jesus, ficou preparado o Batismo cristão, diretamente instituído por
Jesus Cristo e imposto por Ele como lei universal no dia da sua Ascensão: Todo
poder me foi dado no céu e na terra, dirá o Senhor; ide, pois, ensinai a todos
os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28,
18-19).
No Batismo do seu Filho, o Pai apresenta, manifesta a Israel
o Salvador que ele nos deu, o Menino que nasceu para nós: “Tu és o meu Filho
amado; em ti ponho o meu bem-querer”, ou, segundo a versão de Mateus: “Este é o
meu Filho amado, em quem me comprazo”! (3,17)
Estas palavras contêm um significado muito profundo: o Pai
apresenta Jesus usando as palavras do profeta Isaías, que ouvimos na primeira
leitura da missa. Mas, note-se: Jesus não é somente o Servo; ele é o Filho, o
Filho amado! O Servo que o Antigo Testamento anunciava é também o Filho amado
eternamente! No entanto, é Filho que sofrerá como o Servo, que deverá exercer
sua missão de modo humilde e doloroso!
Às margens do Jordão, Jesus foi ungido com o Espírito Santo
como o Messias, o Cristo, aquele que as Escrituras prometiam e Israel esperava.
Agora, ele começa publicamente a missão de anunciar e inaugurar o Reino de
Deus. Esta missão, ele começou desde que se fez homem por nós; agora, no
entanto, vai manifestar-se publicamente, primeiro a Israel e depois a toda a
humanidade. É na força do Espírito Santo que ele pregará, fará seus milagres,
expulsará Satanás e inaugurará o Reino; é na força do Espírito que ele viverá
uma vida de total e amorosa obediência ao Pai e doação aos irmãos até a morte e
morte de cruz.
Jesus já começa cumprindo sua missão na humildade: ele entra
na fila dos pecadores para ser batizado por João. Ele, que não tinha pecado,
assume os nossos pecados, faz-se solidário conosco; ele, o Cordeiro de Deus que
tira os pecados do mundo! “João tentava dissuadi-lo, dizendo: ‘Eu é que tenho
necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim’? Jesus, porém,
respondeu-lhe: ‘Deixa estar, pois assim nos convém cumprir toda a justiça’” (Mt
3,14s). Assim convinha, no plano do Pai, que Jesus se humilhasse, se fizesse
Servo e assumisse os nossos pecados! Ele veio não na glória, mas na humildade,
não na força, mas na fraqueza, não para impor, mas para propor, não para ser
servido, mas para servir. Eis o caminho que o Pai indica a Jesus, eis o caminho
que Jesus escolhe livremente em obediência ao Pai, eis o caminho dos cristãos.
João diz: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é
mais forte do que eu. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo”. O batismo
de João não é o sacramento do Batismo: era somente um sinal exterior de que
alguém se reconhecia pecador e queria preparar-se para receber o Messias. Ao
ser batizado no Jordão, Jesus é anunciado como o Filho amado, ungido pelo
Espírito Santo para iniciar publicamente sua missão. Esta unção será plena na
ressurreição, quando o Pai derramará sobre ele o Espírito como vida da sua
vida. Então, pleno do Espírito Santo que o ressuscitou, derramará este Espírito,
que será também seu Espírito, sobre nós, dando-nos uma nova vida! Para os
cristãos, o batismo é no Espírito, simbolizado pela água (Jo 3,5; 7,37-39). Ao
sermos batizados, recebemos o Espírito Santo e, por isso, somos participantes
da missão de Jesus para viver, testemunhar e anunciar o Reino de Deus, a Vida
eterna, a Vida no amor a Deus e aos irmãos, que Jesus veio anunciar ao se fazer
homem igual a nós!
Assim, o dia em que fomos batizados foi o mais importante da
nossa vida, pois nele recebemos a fé e a graça. Desde cedo a Igreja pediu aos
pais que batizassem os seus filhos quanto antes. É uma demonstração prática de
fé. Não é um atentado contra a liberdade da criança, da mesma forma que não foi
uma ofensa dar-lhe a vida natural, nem alimentá-la, limpá-la, curá-la, quando
ela própria não podia pedir esses bens. Pelo contrário, a criança tem direito a
receber essa graça. Desde os inícios, a Igreja, quando a família se convertia,
batizada toda a família, incluindo as crianças. No Batismo está em jogo um bem
infinitamente maior do que qualquer outro: a graça e a fé; talvez a salvação
eterna. Só por ignorância e por uma fé adormecida se pode explicar que muitas
crianças sejam privadas pelos seus próprios pais, já cristãos, do maior dom da
sua vida.
Em virtude do Batismo somos chamados a ser discípulos e
missionários de Jesus Cristo. Como diz o Doc. de Aparecida nº 209: “Os fiéis
leigos são os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam
o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei.
Realizam, segundo a sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e
no mundo. São homens da Igreja no coração do mundo e homens do mundo no coração
da Igreja”.
Texto: Cardeal Orani João
Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do
Rio de Janeiro (RJ)
Fonte: CNBB
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