a) Ministério vem do latim e significa
serviço. É a tradução de uma palavra grega, diakonia. [1] É um trabalho para
servir à comunidade cristã, uma maneira de exercer o apostolado. Cada batizado
é chamado a crescer, amadurecer continuamente, dar cada vez mais frutos na
descoberta de sua vocação, para vivê-la no cumprimento da própria missão. O
termo Ministério é amplamente usado na RCC para designar de uma maneira geral
os diversos serviços prestados nos grupos de oração, nas dioceses, nos Estados
e no Brasil.
b) Pregação é um dom do Espírito e é também
uma técnica de elocução. Como carisma, ela apresenta forte matiz profético;
como técnica de elocução, ela se liga à oratória e à retórica. É um carisma que
leva o evangelizador a fielmente proclamar a revelação divina sob a unção do
Espírito Santo, de forma energética, ousada, profética, viva, ardorosa,
atraente e eficaz. [2]
c) Portanto, Ministério de Pregação consiste
em um serviço que se presta no âmbito da RCC com dois objetivos complementares:
um é formar pregadores – entendendo a formação como sendo a capacitação de
novos pregadores e o aperfeiçoamento dos pregadores experientes. O outro
objetivo é ministrar a pregação em todas as instâncias e espécies de encontros;
desde o grupo de oração até os congressos nacionais. O Ministério de Pregação
visa formar continuamente os pregadores, a fim de que, pregando em qualquer
lugar, até mesmo em ambientes alheios à Renovação, consigam evangelizar,
proclamando fielmente a revelação divina sob a unção do Espírito Santo, de
forma energética, ousada e profética.
d) É aconselhável que cada instância (grupo
de oração, dioceses, estados e Brasil) tenha ministério de pregação composto
por pregadores capazes de proclamarem o primeiro anúncio – querigma – e o
ensino de forma correta, no que diz respeito ao conteúdo e à metodologia, assim
como com toda a unção do Espírito Santo que se fizer necessária em cada caso.
[3]
2 – Quem pode
participar do Ministério de Pregação?
Os servos dos
Grupos de Oração que se sintam chamados por Deus para a pregação, desde que
tenham participação efetiva no G.O. e tenham participado do Seminário de Vida
no Espírito Santo, além da vivência dos sacramentos e testemunho de vida
coerente.
3 – Como confirmar
o chamado para o Ministério de Pregação?
O Ministério de
Pregação é o serviço para o qual Deus escolhe pessoas por meio das quais deseja
atingir os corações de seus filhos e filhas, anunciando-lhe o seu amor que tudo
pode mudar. A confirmação desse ministério se dará pelo testemunho daqueles
que, ao ouvirem a pregação, sejam tocados por Deus e resolvam abrir-se à
conversão e ao seguimento de Jesus. Em relação ao bom resultado da pregação – mesmo
que seja para confirmar o Ministério – o pregador não deve ser afoito para
ouvir opiniões ou testemunho a respeito. É sinal de imaturidade correr atrás de
confirmações de resultados satisfatórios [4]. Sugere-se que o pregador espere
em Deus a confirmação que deseja. O Senhor sabe a hora certa de apresentar tais
confirmações do ministério ao pregador sem que ele corra o risco da vanglória.
4 – Qual o grau de
compromisso que o pregador deve ter com Jesus?
Total. Esse
compromisso começa ao assumir o seu ministério (de pregação) com fé, amor e
responsabilidade, pois a obra de Deus merece todo zelo e dedicação que se
possam dispensar ao serviço do Senhor. O próprio Senhor, por meio de Paulo,
assim exorta: “Não negligencies o carisma que está em ti e que foi dado por
profecia, quando a assembleia dos anciãos te impôs as mãos” (I Tim 4, 14).
O pregador é um
servidor da verdade, um artífice da unidade da Igreja. Por isso, é muito
importante que tenha também o compromisso de buscar o amadurecimento na fé que
possa abrir-lhe à graça de Deus; graça que o capacitará a ser testemunha da
obra de Cristo em sua própria vida, além de levá-lo a demonstrar zelo pelo
Evangelho, pregando o que vive e vivendo o que prega.
Enfim, é preciso
que o grau de compromisso com Jesus seja demonstrado pelo amor que se tem por
Ele, assim como pelos companheiros de caminhada e pelos evangelizandos.
Outrossim, tal compromisso haverá também de ser visível no zelo evangélico
demonstrado no testemunho de santidade, nos estudos da Sagrada Escritura e da
doutrina da Igreja, na vida de oração e no despojamento das coisas deste mundo.
5 – Quando um
pregador está em comunhão com o Ministério de Pregação?
Quando, além de
participar da formação proposta pelo Ministério de Pregação e seguir as orientações
da RCC diocesana e nacional, participa efetivamente de um grupo de oração ou
comunidade que caminha em unidade com a coordenação diocesana.
6 – Quais os
critérios para se pregar em Grupos de Oração e eventos da mesma diocese? E em
outras dioceses?
Em geral, para
pregar na própria diocese, o pregador deve estar de acordo com as orientações
aqui apresentadas. Mas, neste item, destacaremos ainda:
a) Estar em unidade com a RCC representada
pela coordenação do grupo de oração (núcleo) ou da comunidade de que participa,
pelo conselho ou coordenação diocesana, bem como pelo Ministério de Pregação.
b) Quanto à pregação noutras dioceses, além
do critério acima, acrescente-se o envio feito pela coordenação diocesana, se
for o caso, a coordenação do Ministério de Pregação.
c) Em nenhuma hipótese, sob risco de quebrar
a unidade, aconselha-se a pregação em locais não permitidos pelas respectivas
coordenações, ou proibidos por alguma autoridade eclesial.
7 – Quem exerce
outro Ministério pode pregar?
Sim, desde que
participe das formações específicas para pregadores.
8 – O Pregador pode
exercer outro Ministério?
Sim, desde que isso
não o leve à prática do ativismo e, principalmente, ao monopólio do seu grupo
de oração. Além disso, os outros ministérios e as outras atividades não podem
interferir no exercício do Ministério de Pregação, devendo o pregador priorizar
o ministério.
9 – Católicos que
não participam da RCC podem pregar em grupos de Oração e Eventos da RCC?
Não é aconselhável,
pois o principal objetivo do GO é levar seus participantes à experiência do
batismo no Espírito Santo, elemento básico da espiritualidade da RCC, bem como
a experimentar o poder de Jesus Ressuscitado, capaz de gerar uma efetiva
conversão. Ora, tais objetivos, por demais práticos, dificilmente seriam
atingidos com pregações teóricas, desligadas da experiência vivida pelo
pregador. Além disso, o pregador deve dominar o tripé de uma boa pregação:
unção, técnica e conhecimento. É de todo preferível que o pregador seja alguém
com formação que corresponda à vocação da RCC. Em regras gerais tais pregadores
são encontrados nos grupos de oração e nas comunidades que vivem em harmonia
com as coordenações diocesanas.
Entretanto há temas
que não exigem prática, pois se encontram inteiramente no campo catequético.
Para ministra-los, é possível que se convidem pessoas de outras
espiritualidades, que pertençam a outros movimentos ou pastorais, especialmente
diáconos, presbíteros e bispos.
Quanto a temas
catequéticos, ressalta-se que para o grupo de oração devem ser exceções, uma
vez que o indicado para seus participantes são temas querigmáticos.
10 – Quem pode
pregar no Grupo de Oração?
Cabe ao núcleo do
Grupo de Oração, seguindo orientações das respectivas coordenações diocesanas,
estaduais e nacional, escolher os pregadores. A título de orientação,
informamos que podem pregar no grupo de oração seus próprios membros, outras
pessoas que estejam em unidade com a coordenação do respectivo grupo, assim
como com a coordenação diocesana e com a hierarquia da Igreja.
11 – O que
necessário para pregar no Grupo de Oração?
Indicamos alguns
requisitos para orientar a escolha de quem pode pregar no Grupo de Oração, os
quais devem ser utilizados em conjunto com as demais orientações apresentadas;
estes são requisitos essenciais.
a. Participar
ativamente de um grupo de oração ou de uma comunidade que esteja em harmonia
com o núcleo do grupo e com a coordenação diocesana;
b. Ter oração
pessoal diária e vida de oração, onde acontece o ENCONTRO PESSOAL COM JESUS.
c. Ter realizado o
módulo querigmático, a saber: Seminário de Vida no Espírito Santo (SVE);
Experiência de Oração (EO); e Aprofundamento de Dons (AD);
d. Ter participado
da Escola Permanente de Formação, a saber: Identidade da RCC; Carismas; Grupo
de Oração; Encontro Com Deus; Oração; Santidade; Encontro Comigo Mesmo;
Liderança em Serviço; Igreja; Encontro com os Outros; e Doutrina Social;
e. Estar
participando das formações ministradas aos pregadores;
12 – Qual a idade
mínima para poder pregar?
Não existe idade
mínima. Cada caso deve ser discernido pelo núcleo do Grupo de Oração.
13 – Como os
pregadores devem se vestir?
Deve se vestir com
sobriedade e modéstia para que as vestes não atraiam a atenção das pessoas,
afastando-as da Palavra de Deus.
14 – O pregador
precisa frequentar Grupo de Oração? Por quê?
Sim! Se pertencer à
Renovação – exceto se pertencer a uma comunidade que vive integrada na RCC
diocesana, de forma harmoniosa -, pois no grupo de oração estão a sua referência,
identidade e vivência carismática. O grupo de oração, neste caso, é uma
salvaguarda do carisma do pregador.
No caso de
pertencer a uma comunidade, deve ter participação efetiva, para se beneficiar
das mesmas graças que os pregadores dos grupos de oração recebem do Senhor;
entre elas, destaca-se a salvaguarda da espiritualidade e do carisma.
15 – O pregador
deve se oferecer para pregar?
Não. O pregador
deve ser convidado e enviado (cf. Rm 10,15). O pregador deve sempre estar
disponível para as missões que o Senhor lhe confiar, mas é necessário que o
convite para a missão sempre proceda da comunidade, pois é para a comunidade
que o Senhor vai revelar a necessidade da missão, qual o tema da pregação e até
qual o pregador a ser convidado.
Nota:
[1]
Dercides Pires da SILVA, Identidade da Renovação Carismática Católica, Módulo
Básico 3, p. 12
[2]
Dercides Pires da SILVA, Formação de Pregadores e Formadores, Oratória Sacra,
Roteirização, V.I, p.15 a 19
[3]
Alides Destri Mariotti e Ronaldo José de Sousa, Identidade da Renovação
Carismática Católica, Módulo Básico, Apostolado 3, p. 25
[4] Renato RITTON, Se eu me calar as pedras
falarão, p. 45.
Fonte:
rccbrasilblogs.com.br
pregacao/duvidas-frequentes/
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