Plenitude Amorosa
Plenitude
“Todos nós participamos de sua plenitude, e dele recebemos
graça sobre graça” (Jo 1,16).
A fé, revestida da caridade do Amor, opera tudo em todos,
segundo Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Ainda que nossa fé seja como um grão
de mostarda neste mundo, fundamenta, desde a viva esperança, todos os Dons,
carismas, virtudes e frutos do Espírito Santo, e pela visão profunda que neste
mundo nos é concedida, no mundo vindouro, será em cada um dos filhos e filhas
de Deus, a visão beatífica através da qual veremos a Deus, face a face.
Ora, o amor de Deus – Espírito Santo –, que nos corresponde
à presença do Pai – Verdade Eterna – e
do Filho – Sabedoria e Fidelidade Supremas –, que nos trouxe aos
corações a luz divina, no final dos tempos, devolverá ao ceio do Pai e do Filho todos os que ressuscitarem em Cristo
Jesus, os quais pela visão beatífica, que substitui nossa fé interior, estarão face a face diante do Senhor e único
Deus, nossa luz e salvação. Abaixo, continuaremos sob a visão de amplitude do
amor de Deus.
Amor Incondicional
O amor de Deus é gratuito e incondicional! É gratuito,
porque Deus é amor (I Jo 4,8) e, por isso, ama incondicionalmente a todos, não porque
somos bons; mas, porque sua bondade e misericórdia, para conosco, são
infinitas.
“Louvai ao Senhor todas as nações, louvai-o todos os povos,
porque sem limites é a sua misericórdia para conosco, e eterna a fidelidade do
Senhor” (Sl.116,1-2).
O amor gratuito é o amor que nos é dado de graça,
eternamente; visto que Deus nos criou por amor e para o amor. Diz-nos a palavra
de Deus: antes da eternidade, a terra nem existia e Deus já nos amava; antes da
criação das coisas mais antigas. Na verdade, antes que fossem criados os
abismos, já havíamos sido concebidos em seus desígnios de amor eternos, muito
antes que as águas brotassem das fontes.
O amor incondicional é próprio de Deus, que nos ama com amor
eterno e constante (Jr 31,3); isto é, que nos ama independentemente de qualquer
condição de nossa parte.
“Mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas se
abalassem, jamais meu amor te abandonará e
jamais meu pacto de paz vacilará, diz o Senhor que se compadeceu de ti”
(Is 54,10).
O amor de Deus é o próprio Espírito Santo, o qual, pelo
batismo que recebemos na Igreja Una Santa, Católica e Apostólica, habita em
nossos corações, juntamente, com a graça, seus respectivos dons e as virtudes
da caridade, como vínculos da perfeição divina.
“Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vinculo
da perfeição“ (Cl 3,14).
Assim o amor de Deus é:
Amor Gratuito: “Porque
és precioso a meus olho, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti,
entrego nações em troca de ti” (Is 43,4). “Fica tranquilo, pois estou contigo,
do oriente trarei tua raça, e do ocidente eu te reunirei. ‘Devolve-os!’ – direi
ao setentrião e ao meio-dia -: Não os retenhas! Traze meus filhos das
longínquas paragens e minhas filhas dos confins da terra”.
Amor Incondicional:
“Eis o que diz o Senhor: no tempo da graça eu te atenderei, no dia da salvação
eu te socorrerei, (Eu te formei e designei para fazer a aliança com os povos),
para restaurar o país e distribuir as heranças devastadas, para dizer aos prisioneiros:
“saí!”. (Is 49,8). “Pois ele diz: eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no
dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da
salvação” (II Cor 6,2).
Amor bondoso: “Louvai
o Senhor porque ele é bom; porque eterna é a sua misericórdia” (Sl 117,1). A
bondade de Deus ultrapassa todo o entendimento e o seu amor bondoso dura para
sempre e além da eternidade. (Vulgata: Ex 15,18), Por isso, “a paz de Deus, que
excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos
pensamentos, em Cristo Jesus” (Fl 4,7)
Amor infinito: De
longe me aparecia o Senhor: “Amo-te com eterno amor; e por isso a ti estendi o
meu favor”.
Amor filial: Vou
publicar o decreto do Senhor. Disse-me o Senhor: “Tu és meu filho, eu hoje te
gerei”. Pede-me; te darei por herança todas as nações; tu possuirás os confins
do mundo”. (Sl 2,7-8).
Amor de fidelidade
suprema: Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão de seu Filho
Jesus Cristo, nosso Senhor (I Cor 1,9).
Amor Ágape: Eu
repreendo e corrijo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo e arrepende-te.
“Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir à porta,
entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo. Ao vencedor
concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei
com meu Pai no seu trono” (Ap 3,19-20).
Amor misericordioso:
O Senhor Jesus Cristo nos afirma que são três os fundamentais preceitos da Lei:
a justiça, a misericórdia e a fidelidade, “Eis o que é preciso praticar em
primeiro lugar, sem, contudo, deixar o restante” (Mt 23,23b). “Bendito seja
Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda
a consolação. Que nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pelas
consolações com que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os
que estão em qualquer angústia!” (II Cor 1,3-4).
Ora, são Paulo nos diz: “O Reino de Deus não é comida nem
bebida, mas Justiça, Paz e Alegria no Espírito Santo” (Rm 14,17). “O Reino de
Deus não consiste em palavras, mas em atos” (I Cor 4,20).
Qual a ordem que o Senhor Jesus Cristo deu aos seus
apóstolos?: “Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não
julgueis, e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados;
perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço
medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com
que medirdes, sereis medidos vós também” (Lc 6,36-38).
A misericórdia é o amor de compaixão, que resgata a miséria
dos corações; pois, o Senhor Jesus Cristo nos ensina, dizendo: “Bem-aventurados
os misericordiosos porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).
Texto: João C. Porto
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